quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O doc por Chico Faganello


Foto: Ross Parry Agency

Quando me pedem por quê decidir fazer o filme, tento responder mais ou menos assim:
Porque a água ficou muito suja. Porque não existem respostas para muitas coisas na criação industrial (quer dizer, respostas existem, mas cada um usa a que lhe convém). Porque ninguém pergunta se existe outro jeito de organizar a grande quantidade de dejetos. Porque a saúde é minha. Porque a consciência é minha. E o planeta e tudo o resto não pertence a grupos que vendem carne, ou a grupos que consomem carne, ou a grupos que detestam carne, ou grupos que trabalham sem sujar, ou a grupos que trabalham sujando. Porque é um bicho popular, esse porco, quase banal. Porque tem sabor e proteínas, é bom. Porque o discurso não é só sobre o porco, e nem me interessa a vida dos porcos. Porque ainda pode existir, em nossas escolhas, o que se chama "princípios". E o que se chama de memória afetiva. E segundo os princípios da minha consciência, e para minha saúde, o que o Espírito de Porco diz no filme tem que ser dito e pensado. Porque o filme pode ser alegre, e ao mesmo tempo sério, porque desmistifica, os porcos e os homens. Não deixei de comer carne de porco, nem de vaca, e nem deixarei tão cedo. Só diminuí um pouco, e bastante os embutidos, mas sobre isso todo mundo informado já pensa e vai pensar.
Bem, este foi um primeiro post. Espero ter a chance de falar daqui a pouco sobre vender salsichas, quer dizer, vender filmes.

*Na foto Cinders, ou Cinderela, a leitoa inglesa que tem fobia de lama. Para ler mais sobre o caso clique aqui.

Um comentário:

Daniel Vivas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.

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